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Investigações: o que se sabe sobre morte de adolescente em escola de Teresina

Quatro pessoa foram capturadas pela polícia

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A Secretaria de Segurança Pública do Piauí, por meio da Polícia Civil, através do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), apreendeu, na tarde desta quinta-feira (14), um menor identificado pelas iniciais T.G.S.M., conhecido como “Neguinho”, acusado de envolvimento no assassinato do adolescente Alex Mariano Nascimento Moura, ocorrido na Unidade Escolar Residencial Esplanada, na zona Sul de Teresina.

Foto: DivulgaçãoInvestigações: o que se sabe sobre o assassinato de adolescente em Teresina
Investigações: o que se sabe sobre o assassinato de adolescente em Teresina

Na madrugada do mesmo dia, também foram presos um homem, uma mulher e outro menor suspeitos de participação no crime.

Segundo a Polícia Civil, T.G.S.M. foi localizado no bairro Torquato Neto e encaminhado à sede do DRACO para prestar depoimento. Ele relatou que a motivação teria sido uma publicação feita por Alex Mariano em suas redes sociais, visível apenas para “melhores amigos”, na qual aparecia uma arma de fogo modelo Beretta. Uma adolescente teria mostrado a postagem a integrantes de uma organização criminosa, entre eles I.S.B. (“Balinha”), B.B.R. e A.A.P. (“Maguim”).

Ainda conforme o depoimento, o trio abordou a vítima, tomou-lhe o celular e confirmou, pelas imagens, que Alex integrava um grupo criminoso rival. A.A.P. ficou com o aparelho, pulou o muro e afirmou que retornaria para cometer o homicídio. Os demais voltaram às salas de aula. Minutos depois, A.A.P. voltou, e T.G.S.M. teria chamado Alex com o pretexto de devolver o celular. No fundo da escola, o adolescente foi executado por A.A.P., que fugiu em seguida.

Prisões e apreensões na madrugada

Com autoria e motivação identificadas, equipes do DRACO seguiram nas diligências. Durante a madrugada, localizaram a mãe de outro menor envolvido, que compareceu à delegacia com o filho. 

O adolescente confirmou a versão de T.G.S.M. e revelou ter participado do “tribunal do crime” na escola, que resultou na morte de Alex Mariano.


Na sequência, foram presos outros integrantes do grupo, incluindo uma mulher de iniciais A.P.C., responsável por enviar a foto da vítima aos criminosos, um homem maior de idade e o menor B.B.R.. 

O crime

Imagens do circuito interno da escola mostram que, minutos antes do crime, um homem usando capacete caminhou pela rua em frente ao muro da unidade. Logo depois, a vítima foi vista se deslocando para a parte de trás das salas de aula. Pouco depois, alguns alunos aparecem correndo, enquanto o mesmo homem é flagrado pulando o muro e fugindo. Alex Mariano foi atingido por disparos e morreu no local.

Histórico criminal do atirador

Atirador: A.A.P., 17 anos

2025

21 de janeiro: Apreendido em flagrante por roubo (AFAI), sendo internado no Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP) por 45 dias. Durante a internação, foi conduzido novamente por dano e ameaça.

Abril: A Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) instaurou inquérito por novo crime, resultando em segunda internação, cumprida em 25 de maio.

14 de julho: Recebeu liberdade assistida e, menos de um mês depois, cometeu homicídio.

2024

Janeiro: Flagrante por tentativa de roubo (AFAI).

Fevereiro: Investigado pela Delegacia de Segurança e Proteção ao Menor (DSPM) por roubo.

O histórico do atirador revela reincidência constante e a fragilidade do sistema na contenção de crimes cometidos por adolescentes. Apesar de múltiplas apreensões e internações, ele retornou rapidamente à prática criminosa.

Para o secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, o caso evidencia a ineficácia da legislação atual para conter a violência praticada por menores ligados a facções. “A demora no julgamento de processos por atos infracionais graves faz com que adolescentes sejam colocados em liberdade ‘assistida’ de forma abrupta. A cada nova ocorrência, reforça-se a sensação de impunidade, estimulando a reincidência e aumentando a audácia dos jovens infratores”, pontuou.

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