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Teresina desenvolve política de atendimento a gestantes que sofrem com o calor

O curso é uma iniciativa da Fundação Van Leer e a capital foi a única cidade do Brasil escolhida

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Os resultados da pesquisa “Análise do impacto do calor na saúde da mulher gestante de Teresina”, realizada pela Agenda Teresina 2030, estão sendo utilizados como base para a construção de uma nova política pública da atenção básica em saúde para a capital, a partir de uma parceria com a Fundação Municipal de Saúde (FMS). Representantes dos dois órgãos da gestão municipal participaram, durante esta semana, do curso Applying Behavioural Science for Early Childhood Development, oferecido pelo INSEAD, Save the Children’s CUBIC e BVA Nudge Unit, na cidade de Fontainebleau (França).

Foto: DivulgaçãoEm pesquisa, 89% das gestantes afirmam que calor impacta na saúde fisíca
FMS desenvolve política de atendimento a gestantes que sofrem efeitos do calor 

O curso é uma iniciativa da Fundação Van Leer e a capital piauiense foi a única cidade do Brasil escolhida para participar. A equipe da Prefeitura de Teresina foi representada pelo coordenador da Agenda Teresina 2030, Leonardo Madeira, pela arquiteta Elisa Carvalho e pelo médico Breno Noah, da Diretoria de Atenção Básica da Fundação Municipal de Saúde. Além do Brasil, participam equipes da Índia, Israel, Jordânia, Etiópia, Zâmbia e Holanda.

“Tivemos a oportunidade de estudar a ciência comportamental aplicada ao desenvolvimento de políticas públicas voltadas à primeira infância. Teresina foi o grande case do Brasil e discutimos o impacto do calor extremo na saúde da mulher gestante, tema da pesquisa que realizamos no ano passado em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas. A partir de agora, em parceria com a FMS, estamos iniciando o desenvolvimento de uma política pública inovadora, que tem como prioridade qualificar o atendimento no pré-natal, dotando os profissionais de subsídios para que eles possam considerar os efeitos do calor nas queixas das gestantes”, afirma Leonardo Madeira, coordenador da Agenda Teresina 2030.

O médico Breno Noah, que também participou do curso, considera que essa política pública será essencial para a atenção básica e vai transformar a forma de atendimento às gestantes da capital. “Participamos de uma semana intensa de curso onde aprendemos mais sobre a ciência comportamental aplicada a políticas públicas. Isso vai nos permitir transformar a forma como a gente educa nossos profissionais de saúde, a forma como a gente constrói políticas públicas, que a gente faz a nossa assistência em Teresina. A partir de agora, com uma parceria intersetorial nesse projeto, vamos fortalecer a atenção primária e fazer um pré-natal pioneiro com o que aprendemos aqui”, destaca Breno Noah.

A Agenda Teresina 2030, coordenação vinculada à Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação (Semplan), é o órgão da Prefeitura que trata da construção de projetos, ações e iniciativas de clima e sustentabilidade de forma articulada com outros órgãos. Além disso, desenvolve a função de articulação com instituições nacionais e estrangeiras em busca de oportunidades para a capital.

A pesquisa

Durante o período mais quente do ano de 2024, tradicionalmente conhecido como B-R-O Bró (sílabas finais dos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro), as equipes percorreram todas as 75 Unidades Básicas de Saúde da zona urbana e aplicaram 411 questionários buscando entender como é a relação entre o calor extremo e saúde da mulher gestante.

Entre os dados mais expressivos, a pesquisa aferiu que 83,7% das mulheres afirmam que o calor afeta seu bem-estar de forma negativa, sendo que 66% sente desconforto frequente por conta do calor e 44% disse que enfrenta uma intensidade extremamente alta de calor.

“Temos dados significativos que nos indicam a necessidade de formatação de políticas públicas para o atendimento dessas mulheres. Em sua maioria, são mulheres pretas e pardas, em situação de vulnerabilidade socioeconômica e ambiental e que se locomovem a pé pela cidade. Nesse trabalho, pudemos compreender a necessidade de mudanças estruturais nos serviços de saúde, mudanças de comportamento e, especialmente, a necessidade de uma coalisão entre instituições para o enfrentamento aos desafios impostos pelas mudanças climáticas”, analisa Leonardo Madeira.

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